18 MAR 2024 | GRIP | INFEÇÕES OSTEOARTICULARES
O Grupo de Infeções Osteoarticulares do Porto (GRIP) nasceu com a missão de proporcionar um tratamento diferenciado e multidisciplinar aos doentes com este tipo de lesões. O fundador e coordenador, Ricardo Sousa, conta o caminho que o GRIP realizou para nos dias de hoje se posicionar na linha da frente mundial no tratamento de infeções osteoarticulares. Veja a entrevista em vídeo.
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A dor no joelho é uma das queixas mais comuns nos corredores. Acontece mesmo aos "guerreiros" mais empedernidos que assim se veem forçados a parar de treinar. É difícil de compreender o verdadeiro impacto físico, mas também psicológico, de ser forçado a parar de treinar.
- Prof Dr. Ricardo Sousa
A corrida é um desporto em expansão em Portugal. O clima habitualmente ameno do nosso país facilita a prática deste desporto ao ar livre durante todo o ano. Mesmo nos dias de maior stress é só chegar a casa e pegar nos ténis. Para quem como eu pratica regularmente este desporto há muitos anos, é gratificante ver todo o tipo de provas, desde as clássicas S. Silvestre até às mais exigentes maratonas, com um número crescente de participantes ao longo dos últimos anos.
Infelizmente não há bela sem senão e, por vezes, as lesões aparecem. A dor no joelho é uma das queixas mais comuns nos corredores. Acontece mesmo aos "guerreiros" mais empedernidos que assim se veem forçados a parar de treinar. É difícil de compreender o verdadeiro impacto físico, mas também psicológico, de ser forçado a parar de treinar. Com a chegada das tão aguardadas corridas de S. Silvestre, é importante saber como se pode prevenir o chamado "joelho do corredor" e evitar lesões.
Na sua maioria, as dores do joelho associadas à corrida são lesões de sobrecarga e tendem a surgir nas alturas mais inconvenientes quando estamos a treinar de forma mais intensa para aquela prova.
Obviamente nem todas as dores do joelho nos corredores são iguais e, como é natural, diferentes estruturas podem estar em causa, mas de longe uma das queixas mais frequentes na minha prática clínica de ortopedista dedicado à patologia do joelho, é a dor na parte exterior do joelho que surge apenas a meio do treino depois de uns tantos quilómetros. Esta dor reflete quase sempre uma inflamação da chamada banda ileotibial, um espessamento da fáscia que reveste os músculos e se localiza ao longo da parte lateral de toda a coxa até ao nível do joelho.
Embora a causa exata desta síndrome ainda não seja completamente conhecida, sabemos que se trata de uma lesão de sobrecarga - ou seja, por treino excessivo. O diagnóstico é feito com base na história que o doente conta, em conjunto com o exame físico que revela a localização típica da dor. Numa fase inicial, a dor aparece no final do exercício ou após uma distância mais ou menos fixa, mas com o agravamento progressivo pode aparecer cada vez mais cedo.
A dor que surge em repouso, em determinados movimentos, ou que não desaparece com o repouso após o treino, é um sinal de alarme para pensar noutro tipo de problemas. Nestes casos, um exame físico completo é obrigatório e, se restarem dúvidas, pode ser necessário fazer exames complementares, como a radiografia ou a
ressonância magnética, para excluir outras patologias que podem causar dor lateral no joelho, como a rotura do menisco externo e a doença degenerativa, entre outras.
Na grande maioria dos casos, o tratamento deste problema é conservador. Para além dos anti-inflamatórios e analgésicos, o primeiro passo é interromper a atividade causadora da dor até os sintomas desaparecerem e, em seguida, retomar o exercício de forma gradual e progressiva. Na maior parte dos casos, pode não ser obrigatório parar completamente o exercício físico, mas apenas não ultrapassar o grau de esforço que provoca a dor, ou seja, respeitar a dor.
Fortalecimento muscular e exercícios específicos de alongamento que podem ser feitos de forma autónoma, são eficazes na grande maioria dos casos. Nos casos mais resistentes, o tratamento fisiátrico ou fisioterapia pode ser uma ajuda importante.
Apenas nos casos exuberantes ou resistentes ao tratamento conservador se coloca a necessidade de cirurgia. Na minha experiência, é extremamente raro chegar-se a este ponto uma vez que, com os cuidados adequados, esta tende a ser uma situação auto-limitada e com bom prognóstico.
Uma vez que a causa desta síndrome é uma sobrecarga de exercício, naturalmente a melhor prevenção é iniciar a corrida ou progredir na intensidade do treino de forma gradual e progressiva. Para além disso é importante fazer um bom aquecimento e uma sessão de exercícios de alongamentos no final de cada treino.
Costuma-se dizer que mais vale prevenir do que remediar - e esta deve ser uma preocupação de todos os atletas. Para poderem correr à vontade.
Ortopedista e Coordenador da Unidade do Joelho no Hospital CUF Trindade
Artigo de opinião do Diário de Notícias - Prof Dr. Ricardo Sousa
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Quality, precision, and assertiveness in the medical approach
Copyright © 2024 Ricardo Sousa Ortopedia All rights reserved
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