A necessidade de uma abordagem multidisciplinar tem vindo a tornar-se crescentemente clara no âmbito das infeções osteoarticulares. Por um lado estas infeções tendem a ocorrer em doente medicamente frágeis, idosos ou com múltiplas co-morbilidades associadas. Por outro, o diagnóstico é frequentemente complexo e depende na interpretação combinada de informação clínica, imagiológica e laboratorial. O tratamento é também muito exigente e frequentemente requer cirurgias major e terapêuticas antibióticas prolongadas.

Em Portugal, é habitual que o tratamento destes doentes seja levado a cabo de forma autónoma pelo cirurgião responsável ou com a ajuda de colegas da mesma especialidade dentro da mesma instituição. É menos frequente a cooperação interdisciplinar e é ainda menos frequente o recurso a referenciação inter-hospitalar. Isto conduz a uma situação em que estes doentes complexos são tratados por equipas médicas pouco treinadas e que nunca chegam verdadeiramente a adquirir experiência e conhecimento suficientes.

O conceito do trabalho em equipa é tão intuitivo que se torna por isso algo redundante defender as muitas e diferentes vantagens que a convergência de diferentes especialidades médicas com distintos pontos de vista e sensibilidades aporta. Como não poderia deixar de ser, este ambiente comprovadamente resulta em melhores resultados clínicos para os doentes com infeções osteoarticulares.